O Programa Bolsa Família, gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), tem sido alvo de interesses políticos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do grupo do Centrão, que é composto por deputados de diversos partidos e tem Lira como líder.
O motivo dessa ambição está relacionado ao orçamento substancial de R$276 bilhões destinado ao programa, montante maior do que o disponível para os ministérios da Saúde e Educação. Essa grande soma é destinada principalmente aos pagamentos do programa de transferência de renda e outros benefícios, como o Programa Auxílio Gás dos Brasileiros, os quais são bem vistos pelo eleitorado de baixa renda.
Entretanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja principal plataforma eleitoral é o Bolsa Família, será responsável por tomar uma decisão nas próximas semanas: permitir que o atual ministro da pasta, Wellington Dias, seja substituído por um indicado de Lira e do Centrão, ou mantê-lo no cargo, preservando assim o orçamento bilionário e a visibilidade política que ele proporciona ao Partido dos Trabalhadores (PT).
O interesse de Lira e do Centrão pelo controle do ministério surgiu após Lula enviar interlocutores para buscar apoio nas votações importantes para o governo. A Câmara dos Deputados tem sido uma das maiores preocupações do Palácio do Planalto, ao contrário do Senado, onde os projetos de governabilidade têm sido aprovados com mais facilidade.
Inicialmente, Lira teria solicitado mais espaço no governo atual para os partidos do Centrão e prometido apoio nas votações em troca de cargos. A primeira pasta a ser alvo desse interesse foi o Ministério da Saúde, atualmente liderado por Nísia Trindade, uma das principais defensoras das vacinas durante a pandemia e uma voz contrária ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que era cético em relação à vacinação.
Entretanto, a entrega do comando do Ministério da Saúde ao Centrão foi negada devido ao forte apoio de Nísia no Planalto e entre os apoiadores de Lula. Posteriormente, de acordo com uma reportagem do site Valor Econômico, Lira teria solicitado o controle do Ministério do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família e atualmente comandada por Dias.
Essa tentativa de troca de ministros também foi mal vista pelos militantes do PT, que consideram o programa social uma conquista do partido de esquerda. Inclusive, a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja e uma antiga militante petista, saiu em defesa de Dias e gravou um vídeo ao lado dele elogiando o trabalho de sua equipe.
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