No nosso último encontro sobre investimentos, você descobriu como emprestar dinheiro para o governo de forma segura através do Tesouro Selic. Hoje, vamos dar o próximo passo e aprender como fazer o mesmo, mas para os bancos, de uma maneira igualmente segura e, muitas vezes, ainda mais rentável.
Seja bem-vindo ao mundo dos CDBs.
Se você já viu essa sigla no aplicativo do seu banco e não fez ideia do que significava, você está prestes a dominar o assunto. Prepare-se para conhecer um dos investimentos mais populares do Brasil e entender por que ele pode ser uma peça-chave na sua carteira.
Desvendando as Siglas: O que é CDB e a Mágica do FGC
CDB significa Certificado de Depósito Bancário. O nome é complexo, mas a ideia é extremamente simples: é um “recibo” que o banco te dá quando você empresta dinheiro para ele. O banco usa seu dinheiro para as operações dele (como emprestar para outros clientes) e, em troca, te paga juros por isso.
“Mas Maurício”, você pode perguntar, “emprestar dinheiro para um banco é seguro? E se o banco quebrar?”.
É aqui que entra a sigla mais importante que você aprenderá hoje: FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.
Pense no FGC como um seguro obrigatório que protege o dinheiro dos investidores. Se o banco onde você investiu em um CDB tiver qualquer problema e quebrar, o FGC te devolve o seu dinheiro, com um limite de até R$ 250.000 por CPF por instituição financeira.
Na prática, isso significa que, para o investidor iniciante, um CDB coberto pelo FGC é tão seguro quanto a poupança.
Os “Sabores” de CDBs (e Qual Escolher)
Assim como no supermercado, existem diferentes tipos de CDBs na prateleira. Para começar, vamos focar no mais importante:
- CDB Pós-fixado que paga um % do CDI: Este é o mais comum e o mais indicado para iniciantes. Sua rentabilidade não é fixa, ela acompanha uma taxa chamada CDI, que por sua vez, anda praticamente colada na Taxa Selic.
Dica de ouro: Para sua reserva de emergência ou seus primeiros investimentos, busque CDBs que paguem, no mínimo, 100% do CDI.
Existem outros tipos, como os Prefixados (taxa fixa, ex: 12% ao ano) e os Híbridos (IPCA + uma taxa fixa), mas estes exigem um conhecimento um pouco maior do cenário econômico. Vamos deixá-los para um próximo capítulo da nossa jornada.
A Guerra dos CDBs: Por que Olhar Além do seu “Bancão”?
No artigo sobre corretoras, falamos sobre a diferença entre o seu grande banco e uma corretora de valores. Aqui, essa diferença fica ainda mais clara.
O seu “bancão” provavelmente vai te oferecer um CDB da casa, pagando 85% ou 90% do CDI. É um mau negócio.
Através de uma corretora de valores, você acessa uma prateleira com CDBs de dezenas de bancos diferentes, especialmente bancos médios que, para competir, oferecem rentabilidades muito melhores: 105%, 110% ou até mais do CDI, todos com a mesma segurança do FGC.
E a Liquidez? Posso Tirar o Dinheiro Quando Quiser?
Depende. Existem dois tipos principais de CDB quanto ao prazo:
- CDBs de Liquidez Diária: Você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento (em dias úteis) e ele cai na sua conta no mesmo dia ou no dia seguinte. São perfeitos para a sua reserva de emergência, competindo diretamente com o Tesouro Selic.
- CDBs com Vencimento: Você só pode resgatar o dinheiro na data de vencimento do título (ex: daqui a 1, 2 ou 5 anos). A vantagem? Por “prender” seu dinheiro por mais tempo, os bancos costumam oferecer taxas de juros bem mais altas para esses CDBs.
O Segundo Passo Seguro na sua Carteira
O CDB é uma ferramenta fantástica. Ele é o “primo” do Tesouro Selic e uma alternativa excelente e segura para diversificar seus investimentos em renda fixa.
Seja para construir sua reserva de emergência com um CDB de liquidez diária que pague mais de 100% do CDI, ou para travar uma boa taxa de juros em um investimento com prazo definido, entender o que é um CDB te dá mais poder de escolha e mais controle sobre a rentabilidade do seu dinheiro.